segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

...Auto de Natal

Vivemos num ambiente sobrecarregado de informação, socialmente constrangido e politicamente saturado, contudo, nesta altura do ano, as geadas caem, os campos repousam e o manto do céu cobre-se de estrelas...



No passado sábado dia 17 de Dezembro cantámos "Santos Reis, Santos Coroados", no centro de Braga. 
As fotografias foram tiradas no domingo, dia 18, na hora da novena ao Menino que se canta em Cervães.
No dia de Natal, a missa é às 7:00 e vale a pena para ouvir cantar, durante o ritual de beijar o Menino, este cântico de elevado sentido de comunidade e de transcendência.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Barrada 2011 - dançar...dançar...

Acabadas as cerimónias religiosas e as pausas necessárias, o frio caía sereno e recolhemos ao salão.
A banda dos bombeiros do Alvito abria as danças, e nós dançávamos, depois eramos nós e nós dançávamos, depois a banda e nós dançávamos.
Seguiu-se o jantar com cantares alentejamos. Ouvimos o lado A e o lado B do disco do Chico e compadre... 

Barrada 2011 - a procissão

A procissão saíu da capelinha e à capelinha voltou.
 Percorreu as ruas e voltou na estrada principal já as luzes estavam acesas.

Barrada 2011 - terceiro apontamento

Uma chegada pontual. Ainda apanhamos o jogo de apanhar patos na piscina. Por um euro podíamos tentar apanhar patos numa piscina de plástico, tinhamos dez minutos, ganhávamos uma risada. Depois o almoço, houve os que se trajaram antes do almoço e que se trajaram depois e os que nem uma nem outra pois já estavam trajados.
Também houve foguetes.
A missa, nossa senhora da Conceição. O senhor padre Manuel sempre atento.
A capelinha engoliu-nos e seguimos cantando.

Barrada 2011 - segundo apontamento

Parámos na estação de serviço de Santarém para o mata-bicho, a salientar o nevoeiro, o frio, a rosca fresca, os panados, os...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Barrada 2011 - primeiro apontamento

Este primeiro apontamento sobre a festa da Imaculada Conceição em Barrada, no Alentejo é de silêncio, é de palavras contidas





A nossa presença na festa decorreu e tem decorrido de um acto de amor: a Amélia Freitas, depois de enviuvar, refez a sua vida com o Chico Rato, alentejano dos sete costados, homem da restauração  no «Pátio Alentejano» em Évora, membro dirigente da Associação Cultural de Barrada, cantador, animador. A festa da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, acontece naquela capelinha do lugar e consta de missa, procissão e outras actividades festivas, desde a véspera. Nós temos ido para cantar a missa, fazer a procissão e mostar os nossos bailes. É uma jornada de viagem demorada, sete horas para lá, seis para cá, conforme as paragens de conveniência. O senhor padre Manuel lidera as cerimónias e valoriza muito bem a dimensão popular que a tradição cunhou nos festejos: a procissão corre as ruas de Barrada, com instrumental da banda dos bombeiros de Alvito, com reza dos mistérios do terço e cantos processionais da nossa parte. O povo segue em filas com as velas acesas. Há uma ou outra porta entreaberta, mas a aldeia está sempre mergulhada no maior sossego, com tantos pormenores de habitabilidade como de isolamento. Ficam as ruas abençoadas, os caminhos, as casas e os campos. Costuma estar mais frio que calor quando a cerimónia recolhe à capelinha, por isso este ano os bailes foram no salão da sede cultural, ali ao lado, onde se almoça e se janta, onde está o bar e todos os serviços associativos. As pessoas estimam-nos e a relação criada passa já por apertos de coração: existe uma empatia de saudação, mas também de conversa, de conhecimento progressivo, Já nos vemos envelhecer juntos e fazemos sempre votos para mais um ano: «chorai olhos, chorai olhos / que o chorar não é desprezo / também Maria chorou / quando viu seu filho preso» - foi assim a moda alentejana entoada pelo ponto e erguida pelo alto. (Escrito por JM, em 13/12/2011)
...

domingo, 4 de dezembro de 2011

Monção: lançamento do livro "Auto do vinho"

Fomos a Monção, ao Paço do Alvarinho, animar o lançamento do livro "Auto do Vinho" do prof. Aurélio de Oliveira.

A tarde chuvosa prometia animação...no final provámos os verdes e atestámos da sua execelente qualidade.


Houve três discuros sobre o evento e sobre o livro... a certa altura dizia o presidente da câmara de Monção "...a cultura é o lubrificador do desenvolvimento...", depois cantámos ao auto e ao vinho... 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Aqui estão os reis à porta...

Aqui estão os reis à porta
dispostos para os cantar
se nos quiser dar os reis
...

Alto lá, antes dos reis foi o S.Martinho com animação no Pingo Doce no Braga Parque...


O avental...

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Castanhas, vinho novo e folclore

Vêm aí o S.Martinho. Cheira a castanhas, cheira a vinho novo, estamos aí p'ró folclore. Em termos politicos há que pedir pelos milagres...e nós temos que nos desdobrar e fazer das "tripas coração" e sermos autênticos "castanheiros"...


No alto daquela serra
tem meu pai
tem meu pai um castanheiro
dá castanhas em outubro
uvas brancas
uvas brancas em janeiro 

Nos arrumos do Outono juntei estas fotos que nos recordam momentos e nos fazem viajar pela cidade de Braga, S.Victor, Guadalupe, Casa de Trás-os-Montes, pelos ouriços, pela avenida, casa dos Crivos, Peneda,  Tibães...


terça-feira, 4 de outubro de 2011

"Cantigas de antigamente"

Estamos no século 21, no ano de 2011...li algures (ler, ler! não li, mas que me terá passado pela retina dos olhos, terá) dizia que ouvi dizer que os cientistas do Cern (aquele laboratório na Suiça ultra-sofisticado...) descobriram uma partícula que navega a uma velocidade superior à da luz...e isto que tem a ver com este repetido vídeo em cor de sépia?

É que não andei para a frente, andei para trás e fui tão rápido, tão rápido que fui algures ao século 19 e trouxe de lá este filme...cantigas de antigamente que num abrir e fechar de olhos...até gostamos de ouvir como se estivessem aqui ao lado...e estamos bem conservados!

Os cientistas terão ficados tão espantados que vão voltar a repetir as danças das partículas para verem se saíem iguais!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Festas de Nª.Srª da Piedade e S.Marçal - 2011

O cartaz anuncia-nos nas festas grandiosas em honra de Nossa Senhora da Piedade e São Marçal, ali no Parque da Guadalupe, Braga.


A tertúlia decorreu na pequena capela de Nª Srª da Guadalupe e ficámos a perceber as diferenças entre festa e romaria, bem como quais os quesitos que uma festa deverá ter e não ter...


Noite.
Em Guadalupe.
(não falemos para já no percurso em "procissão" desde a Arcada até ao Parque de Guadalupe)
Os grupos actuaram pela ordem anunciada. Chegada a nossa vez cantámos, ouçam este inédito...


quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Uma possível síntese do “meu querido mês de Agosto”

Acabado o Agosto das férias, da praia, das visitas aos museus, dos anos da minha mãe e da retoma ao trabalho [...etc], ocorrem-me três apontamentos curtos.

1. Nasceu a Mariana, filha da filha de uma colega de trabalho, e surgiu a música do “Carro Amaricano” recolhida por Gonçalo Sampaio.

Mariana nasceu em Guimarães pois a mãe também, mas vive em Braga – esta polaridade fica para outro apontamento, mas faz lembrar aquela do Xiquinho que mora em Braga e a mulher noutro lugar...

Virá aí o TGV e como tal Mariana não vai andar no carro americano (que apareceram pela Póvoa de Varzim em 1874 e ligavam o centro desta a Vila do Conde) a não ser que esta crise nos leve outra vez a isso.

Deixo aqui uma foto do dito carro pois da Mariana ...deixe-mo-la crescer primeiro.





“Mariana é baixinha lindo bem!
Traz a saia pela lama;
Tenho dito mile bezes
Ergue a saia Mariana!

Ó ai!Ó ai! Ó ai meu bem
O carro amaricano
Bai p’ra Poboa sem ninguém! …”

(este apontamento aponta para o Cancioneiro Minhoto como fonte de inspiração do grupo – as recolhas do antigamente projectadas no agora!)



2. Durante o mês de agosto os ensaios ocorreram na rua de S.Marcos, à noite pelas nove horas começava o burburinho e o ajuntamento. A rua ficava ali com uma bola de gente a dançar, a ver dançar, a cantar e a cantarolar.

Junto às gelosias da Casa dos Crivos fizemos da rua terreiro.



Uma "curta" à exposição "Os fios e nós da moda velha", o termo "moda" remete-nos para o hoje, o moderno, o agora, por outro lado o adjectivo "velho" dá-lhe movimento. Gostei também desta flor numa camisa e dos fantásticos coletes...em suspensão.
















(este apontamento aponta para a participação popular no folclore – o folclore faz-se dentro de nós)



3. “Vamos bailar à Senhora”, Sameiro  – das centenas deixo aqui uma foto de um dos ensaios na Cripta. Ocorrem-me recursivamente os versos “dançar é rezar também…”. Foi uma festa bonita que ainda baila na minha cabeça…














(este apontamento aponta para o método, o suor, o trabalho sistemático, a fé de acreditar )

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Vamos bailar à Senhora, 2011

Decorreu, no passado dia 21 de Agosto, o evento "Vamos bailar à Senhora", integrado na Peregrinação dos emigrantes ao Sameiro.














Contou com a presença dos grupos:
- Associação Cultural e Festiva"Os Sinos da Sé" - Braga
- Grupo Folclórico e Etnográfico de Palmeira - Braga
- Rancho Folclórico S. João Baptista de Nogueira - Braga
- Rancho Folclórico da Cruz Vermelha - Delegação de Braga
- Grupo Etnográfico de Aldreu - Barcelos
- Grupo Folclórico de Cabreiros - Braga
- Grupo Folclórico de Marrrancos - Vila Verde
- Participações individuais de elementos da Rusga de S. Vicente e do Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio - Braga

O evento foi coordenado pelo professor José Machado













As letras dos bailes podem ser aqui encontradas:

1. Rusga de entrada 
2. Vira do Solar da Imaculada
3. Malhão vamos bailar à Senhora
4. Vira dos romeiros
5. Senhora do Sameiro (cantada no fim da missa)


O álbum com algumas fotos pode ser visto aqui:



terça-feira, 16 de agosto de 2011

entre as "tardes" e os "fios" fizemos uma "meia" em S. Victor

Pois é, para que conste o registo de que entre as "Tardes de Domingo" - dia 17 de Julho e a exposição "Os fios e nós da moda velha" inaugurada a 29 de Julho e ainda a decorrer na Casa dos Crivos, participamos na feirinha de S.Victor ali no largo da Senhora-a-Branca.

#1 - a Senhora-a-Branca, vigilante sobre o seu largo

#2 - nos tempos que correm é no "pé-de-meia" que devemos apostar

#3 - na tendinha havia bolos, discos,  música e cantorias

#4 - houve uma pequena merenda na "Casa da Prisca", logo ali no largo

#5 - à noite, a plateia

#6 - a fase dos discursos, o Dr. Firmino mencionou ... o cheiro das laranjeiras

#7 - apesar de pequeno, no palco dançámos

#8 - o agradecimento final, depois fomos à feijoada


terça-feira, 9 de agosto de 2011

Uma exposição muito divertida!

Cá estão as fotos: esta primeira indica o local, a Casa dos Crivos, em Braga, onde temos a exposição de trajes «Os fios e nós da moda velha» - uma homenagem ao trabalho de Cecília de Melo.

No exterior colocámos uns «figurões» em vinil para as pessoas poderem fotografar-se «trajadas»: só têm de dar a cara aos «monos» e eles passam a ser pessoas devidamente enquadradas social e culturalmente pelo que vestem e pela pose em que se mostram. Ao lado, as pessoas podem servir-se de um chapéu e de dois lenços. Tem sido um corridinho de espanto e de surpresas, todos se riem e muitos perguntam se têm de pagar alguma coisinha, mas logo sabem que é de graça e para seu próprio divertimento. Então muitos entram e vêem as origens da experiência.

As fotografias que deram origem ao jogo de representação foram tiradas em Leganés, Espanha. Neste caso, trata-se do Manuel Prata e da Cecília de Melo, ele em traje domingueiro e ela também, com a variante do trajo de Sequeira.

Por trás dos «monos» temos uns banquinhos feitos de caixinhas de madeira, coisa que estava ali na Casa sem se saber para quê; uma já ruiu de podre e outra foi furada pelo salto afiado de um sapato feminino; já houve tombos e quase esganamentos, mas o divertimento dobra depois dos incidentes.

Esta técnica turística é bem apreciada e o facto de obrigar um par tem dado que ver. Já houve a uniformidade de papéis, com o chapéu e o lenço a cumprirem a missão de  localizar o «Wally».

Depois, entrando, a exposição diverte de outra maneira, a uns deixando esclarecidos, a outros surpreendidos. Não foi uma exposição feita para polemizar, mas sim para gerar empatia de contactos e conhecimentos. O livro de visitas vai dando conta de todas as apreciações, quase todas a baterem na mesma tecla de continuarmos a preservar os trajes e a justificar a obra de os fazer, usar e mostrar.

Há sempre música no ar, umas vezes de gravação, outras vezes ao vivo, com o José Machado a tocar gaita de foles e com o João a tocar concertina.

Na quinta-feira passada houve ali ensaio do grupo, à noite, e na próxima volta a haver. Vamos ver no que dá, mas para já os resultados são animadores.

Lá dentro vendemos o livro da exposição e outras edições nossas, 4 discos e o livro No País dos Verdes.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os fios e nós da moda velha - apresentação dia 29 de julho

Inauguração da exposição etnográfica "Os fios e nós da moda velha" no dia 29 de Julho de 2011 na Casa dos Crivos. A vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Braga, Drª Ilda Carneiro,  resume aqui os objectivos da exposição.

domingo, 31 de julho de 2011

Sobre nós - fotos bonitas!

Obrigado ao amigo fotógrafo que fez estas fotografias da nossa actuação nas tardes de domingo, no pretérito dia 17 de Julho, em Braga. Já postei um comentário no Flick, apreciando a naturalidade das capturas, entendendo que esta foi procurada pelo olho da máquina no sentido de mostrar a entrega dos «performers» ao acto artístico. Eu bem sei que tudo pôde depender do ângulo de visão e do enquadramento físico do atirador naquela multidão que se encontrava à frente do palco, mas que ele se fixou em movimentos e pormenores que traduzem harmonia de gestos, coerência de movimentos, casos de fulgor e de ironia, momentos de conivência física, risco de desempenho, não tenho dúvidas. Fez bem e deixou-me feliz, embora eu só seja visto por acaso num fundo de sombrosa preocupação, essa mesma de saber que este grupo tem obrigação de fazer bem. Parabéns e comentem de outra forma se vos parecer que a causa me é muito próxima. Gosto de gente assim. José Machado.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Os fios e nós da moda velha - convite

Inauguração sexta-feira dia 29 de julho pelas 18h


Casa dos Crivos
Seg. a Sex. das 9:30/12:00 - 15:00/18:30, Sáb. 15:00/18:00
29/jul. a 3/set. 2011
Exposição sobre trajes folclóricos
entrada livre

Eis o convite enviado
Sendo lido e recebido
E melhor correspondido
Já tem o nosso obrigado

Mas se por qualquer motivo
Tal não venha a acontecer
Obrigado volta a ter
Para não ser esquecido


terça-feira, 19 de julho de 2011

tardes de domingo (17 de julho)

«Os Sinos da Sé» e a sua caninha verde no palco da avenida central em Braga


Se a dança for um enredo, ou uma história de amor, esta remete-nos para a consagração dos laços sociais, com saudação e desejo de boas relações, que a festa faz falta à vida, renova-lhe os fundamentos.

domingo, 17 de julho de 2011

Os fios e nós da moda velha

29/jul. a 3/set. 2011
Exposição sobre trajes folclóricos

CECÍLIA DE MELO (1934-2009)
Os fios e nós da moda velha
Casa dos Crivos
Seg. a Sex. das 9:30/12:00 - 15:00/18:30, Sáb. 15:00/18:00
entrada livre
Esta exposição de trajes, e outras peças de vestuário e sua confecção, documenta uma metodologia de trabalho no interior do movimento folclórico local e regional, a qual espelha, em primeiro lugar, a dedicação da sua autora, a professora Cecília de Melo, à temática dos trajes e dos trajares, populares, folclóricos e outros, e, em segundo lugar, dá continuidade a este diálogo cultural entre instituições da cidade e pessoas singulares para a criação de um museu específico.

Depois de uma fase de tipificação dos trajes regionais do Baixo-Minho e que culminou na identificação do «traje de encosta», «traje da capotilha», «traje de Sequeira», «traje de Vale d’Este» e «traje da Ribeira» como principais paradigmas de uma tipologia – trabalho matricial do Grupo Folclórico Dr. Gonçalo Sampaio – passou-se a uma segunda fase, que podemos considerar de alargamento panorâmico da representação social, a qual fez mostra de trajes de trabalho ou de uso quotidiano e outros modos de trajar da sociedade camponesa e urbana em momentos cerimoniais, de convívio, de mercado e de passeio.

Para garantir o fornecimento de peças, numa e noutra fase, completaram-se os trabalhos de recolha e de preservação de peças originais, com os trabalhos de retoma e de recriação e com os trabalhos de reprodução. Estes últimos, os trabalhos de confecção dos trajes, fosse nas mãos dos artífices, as tecedeiras e as costureiras e os alfaiates, em contexto de oficina, ateliê ou fábrica artesanal, fosse nas mãos de aprendizes dentro do grupo familiar, fosse em contexto escolar ou programa de ocupação de tempos livres, promoveram o aparecimento de pessoas curiosas, estudiosas e especialistas, todas imbuídas de um sentimento de «emulação» pelas «coisas» das culturas tradicionais de cada região, de cada terra, de cada grupo social, se não mesmo, em muitos casos, do país.

Mostram-se peças, materiais, métodos e procedimentos, fases de processo, provas, riscos e desenhos, fragmentos e restos – tudo para documentar este objecto do conhecimento a que chamamos a roupa tradicional, mas também a roupa de uma época. A sua autora percorreu os caminhos normais da documentação, a recolha, a análise e observação de peças originais, o estudo sistemático das fontes, a comparação, experimentou e praticou as regras elementares do «corte e costura», formou-se e especializou-se em matérias afins, ensinou outros, deu-se aos caprichos da variação discreta e funcional.

No folclore minhoto, é recorrente o adjectivo «velho» aplicado a pessoas, trajes e cantigas, com esse significado instalado de marcar a idade, a antiguidade, a tradição. Todavia, como bem interpretou Moisés Espírito Santo, torna-se essencial que o radical «vel» recupere o seu sentido «solar» e o adjectivo se abra para o significado de vital, imprescindível, fonte de vida. Assim, velho é o antigo, o que tem muitos anos, o que se faz há muito tempo, mas é também o que faz falta, o que garante a sobrevivência da vida, aquilo sem o qual não podemos passar. A moda velha, cantada, vestida ou simplesmente possuída pelos anos, remete-nos para um passado de longa duração a que se contrapõe um presente de mudanças efémeras e variadas, passado esse que é sempre imprescindível tomar como terra de renovo. Que seria de fios sem nós e de nós sem fios? (JM/ACFSS/Braga/2011)

Última nota: leve, desta exposição, o seu retrato!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

tardes de domingo...2011

na próxima tarde de domingo, dia 17 de julho lá estaremos a dançar no famoso palco da avenida central em braga.


Esta foto aos sinos da Sé Catedral de Braga que inspiraram e inspiram muitos folcloristas leva-me a citar de cor estes populares versos

os sinos da sé de braga
tocam todos a paixão
o pequeno toca o vira
o grande toca o malhão

ai, o meu amor é de braga
e de braga eu sou também
ai as coisas que são de braga
ai na minha mão...se dão bem


bendito telemóvel que tirou esta foto ao grupo «os sinos da sé» na Sé...no último S.João.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

ainda o S.João em Braga

Documenta uma síntese elaborada pelo Dr. Aurélio Oliveira (elemento desta associação):
"Consta ter nascido o Baptista Bracarense nesta mesma cidade há mais de 850 anos, pois corria o ano 1150 da nossa Era!"


(deixamos aqui algumas quadras da faixa 9 do nosso disco "Cantemos ao S.João")

São João ... tem um carneiro
com dois guizos ao pescoço
e quando toca o guizo fino
também toca o guizo grosso

São João tem um martelinho
quando sai para a noitada
e tanto bate devagarinho
como bate à martelada


("filme" de Rosa Fernandes, a música é tocada pelos «Sinos da Sé»)

terça-feira, 28 de junho de 2011

Soleníssima Procisão de São João 2011 (Braga)

Passo a citar o programa das festas "Saída da Sé Catedral da Imponente Procisão dos Santos do mês de junho com a presença de Sua Exª. Revma Senhor Arcebispo Primaz de Braga, autoridades Religiosas, Civis e Militares. Nove andores e centenas de quadros alusivos à vida de São João Baptista."

1 - pequeno video na passagem pela Rua do Souto.

2 - pequeno video na passagem pela Rua D. Afonso Henriques.

Fotos a correr


"São João de Deus louvado
quando sai pela cidade
vê o povo precisado
de solidariedade"

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Viva o S. João!

3ª feira - 21 de Junho - 21.00 H - ensaio das polifonias para a procissão, na escola Francisco Sanches.

4ª feira - 22 de Junho - 21.15 H - Minho Center, tocata e coro, para interpretarmos as polifonias e os cantares a S. João. (Sem trajes)

Nota: Confirma-se que não há actuação na cidade no dia 21. Esperamos que o INATEL e a Comissão de Festas do S. João expliquem devidamente a situação, que foi esta: fomos contactados pelo INATEL para actuarmos dia 21; 15 dias depois disseram-nos que tinha havido engano e que nós actuávamos dia 20; nós dissemos que dia 20 era impossível e saímos da jogada; o INATEL só avisou a Comissão de Festas no dia da conferência de imprensa de divulgação do programa e este já estava feito.

JM/20 de Junho de 2011

domingo, 19 de junho de 2011

S.João 2011

Viva o São João, São João da Ponte
Viva o São João, São João de Braga
que nos pôs no horizonte
uma luz que não se apaga.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Adaptação de «Tumbalalaika»

Para canto de ofertório: adpatação de Tumbalalaika,
http://www.youtube.com/watch?v=U2LJz-pwEgE

Aceitai, Senhor, estes dons
Que juntamos a estes sons:
Nossos trabalhos, consumições,
Nossos projectos e aspirações.
Ao Vosso altar nós trazemos, Senhor,
Todos os frutos do nosso labor.
Vimos trazer, vimos cantar,
Os nossos dons ao Vosso altar.

Acolhei a nossa oração,
Inspirai a nossa razão.
Dai-nos a luz, a salvação,
Às nossas faltas, o Vosso perdão.
No Vosso altar nós pedimos, Senhor,
Todas as graças do Vosso favor.
Vimos pedir, vimos cantar,
Todas as graças no Vosso altar.

Quando a vida nos arrelia,
Quando o mundo nos desafia,
Vossa palavra é esperança,
A nossos passos traz confiança.
Do Vosso altar nós levamos, Senhor,
Esta mensagem de paz e amor.
Vamos levar, vamos cantar,
Esta mensagem do Vosso altar.

José Machado. Braga. 2011

domingo, 12 de junho de 2011

Cerimónias fúnebres da Manuela

Maria Manuela da Costa Meira Fernandes
(Barcelos, 1949; Braga, 2011)

Segunda-feira, dia 13 de Junho, o corpo estará na Igreja de Maximinos onde às 15.00 H serão celebradas as exéquias e depois o corpo irá a sepultar em Barcelos, em jazigo de família.



JM

Faleceu a Manuela, a esposa do Fernando Faria

(Não possuímos a fotografia da Manuela, professora aposentada, cujo falecimento ocorreu hoje de manhã, após doença. Esta fotografia de seu marido e nosso presidente tem agora um valor simbólico de solidão e esmagamento interior, todavia ela resultou de um momento de grande fulgor festivo e convivial em que ele carregava todos os seus na lembrança, nas palavras, nas chamadas.)

O corpo da Manuela encontra-se hoje na capela de S. Miguel, ali à Cruz de Pedra; amanhã será levado para a Igreja de Maximinos. Ainda não sabemos a hora das cerimónias fúnebres. Expressamos ao Faria, aos seus filhos, a todos os familiares de ambos, os nossos pêsames e as nossas sentidas condolências de tristeza, dor e amargura, por este fatídico acontecimento. Numa altura em que todos os dias se previam de bem aventurança familiar e social, a Manuela foi para o Céu. Deus assim quis e nós acreditamos na vida eterna. Estando junto do Pai, está connosco e continuará a ser o nosso «paredão» neste mar de imprevisibilidades.

Recorro à metáfora do «paredão» porque foi à beira-mar, naquela praia de Esposende que convivi com a  Manuela e dela lembro momentos e palavras de suavidade, de calma e ponderação, de boa estima dos nossos propósitos e projectos. Ela era possuidora de algumas surpresas bem documentadas neste património cultural folclórico que nos serve de motivo. Recorro também a esta metáfora porque os seus familiares e amigos constituem para o nosso grupo uma fortaleza de estímulo, de conselhos, de informações, de ajuda, de promoção da extensão familiar.

Acompanhámos todos os dias difíceis, resistindo à adversidade com a nossa alegria. Sentimos, por seu marido, quanto lhe foram pesados as últimas horas. Paz à sua alma!
A Manuela vai ser abençada porque derrama, derrama o Seu amor!
José Machado

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ratoeiras.

Estas "ratoeiras" nada têm a ver com as eleições de 5 de junho, e então para que servem estas ratoeiras? E porque é que se chamam ratoeiras?
As ratoeiras servem para apanhar ou caçar pequenos animais. Mas, aqui, nestas camisas de linho que pretendem elas caçar?

Espero que os leitores deste blogue contem aqui as histórias das suas ratoeiras e respondam a estas perguntas.


O vaidoso do António pôs aqui a ratoeira dele em destaque.

Aqui os homens exibem a suas ratoeiras ao peito!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Foz-Côa

Fomos a Vila Nova de Foz Côa para participar no 1º encontro de grupos folclóricos de professores, partilhando o evento com o grupo da Escola EB 2,3 Dr. Pedro Barbosa, (Agrupamento de Escolas do Atlântico), de Viana do Castelo, grupo que apadrinhámos já vão dez anos, e com o grupo organizador, precisamente o novel grupo do Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Foz-Côa.


Foto. 1 - museu de Foz-Côa

Começámos cedo, pelas sete da manhã, saída sempre considerada madrugadora[...] Chegados a Vila Nova de Foz-Côa, fomos ao museu, um projecto dos arquitectos Tiago Pimentel e Camilo Rebelo. Entrámos na pré-história.... na arte das origens e na origem das artes... Já então se dançava...

Foto. 2 - o rio Côa a chegar-se ao Douro - vista do miradouro do museu

Partimos do museu com a ideia de que já evoluímos muitissimo e fomos ao centro da Vila ver a igreja matriz, gotico-manuelina, cujo interior se abre para o céu, uma explicação plausível para a curvatura daquelas colunas...

Foto 3 - o grupo, meio trajado. Junto ao sino da direita, uma figueira crescia e já deu que fazer a este povo -episódio contado ali por dois "velhos" contadores da história local. Ficou por ver a sinagoga...

O calor sentia-se, a sede também, e a hora do almoço aproximava-se...valeu-nos um vendedor de fruta, e as cerejas eram boas, também provámos o vinho fino, mesmo ao pé da estátua do Rei D.Dinis, ali no café do sr. Zé Pilério, homem dado à causa pública das gravuras e que nos atraiu para a causa da recuperação da linha do comboio até Barca d'Alva...
[...]

Chegámaos ao "festival" depois de um almoço de tabuleiro, na cantina da escola.

 
Foto 4 - a entrada do "grupo de Viana" com o par de noivos à frente. Deste grupo fazem parte os professores António Araújo e Júlia Bacelar, os quais foram elementos integrantes do nosso grupo durante muitos anos, em Braga. Aliás, foi no nosso grupo que se encontraram e casaram. Um amor consagrado!

Foto 5 - "viana" a dançar

Depois do grupo de professores de Viana, fomos nós. Dançámos quatro músicas, cantámos e tornámos a dançar quatro músicas.

Foto 6 - "se o mar tivera varandas..." seguido de «Luar do Sertão»...

O grupo da casa, fez as honras.

Foto 7 - em filinha ...

Foto 8 - ...e vai ao meio... a teatralidade do folclore transmontano. O calor fazia-se sentir, e havia quem dissesse que vinha lá trovão...


Foto 9 - ...de lenços à cabeça para espantar o sol...


Foto 10 - "olhó disco", 5 euros!!


Terminámos em festa, a dançar todos juntos e numa foto final. E a foto final?
[...]