sábado, 20 de outubro de 2012

os "lituanos da Lena"... e o cheiro a castanhas


Na Escola Sá de Miranda, no passado domingo dia 16 de Setembro, num intercâmbio com alunos da Lituânia cuja tutora foi a Professora Helena Borralheiro...
 


O que é que consideramos tipicamente nosso? Que gesto ou forma de dançar ou forma de vestir ou estilo de cantar e de tocar podemos identificar como nosso?
Que técnicas ou artes de comunicação funcionam melhor nestes encontros com jovens e adultos de outros países?
O encontro fez-se com momentos de ver e momentos de praticar, uma vez eles a nossa dança, outra vez nós a dança deles, assim o corpo sujeitou-se duas vezes a sentir diferenças e identidades.

*******************************

Entretanto chegou o Outono, daí este ouriço arreganhado e vazio, o que nos remete para as castanhas que já começaram a cair e para a discussão do orçamento de estado para 2013...

 
Do tempo em que se andava descalço na minha aldeia, recordo os calcanhares nus que abriam estes ouriços da primeira queda, alguns semi-abertos, mas outros totalmente fechados.
 
Se o ouriço é uma boa imagem do trabalho cultural, por certo também ajudará a servir de leitura ao actual momento da nossa política.
 
A utilizarmos este ouriço como figura ou tropo metafórico de nosso orçamento, o mais importante não será a tarefa espinhosa de pegar nele, mas a prova que as castanhas favorecerem.
 
Para uma perspectiva humorística, aqui ficam duas quadras, a primeira, em estilo anfiguri (anti-figurativo, anacrónico, disparatado):
 
No alto daquela serra
tem meu pai um castanheiro
que dá castanhas em Maio
cravos roxos em janeiro 
 
A segunda, com a mordacidade da crítica de costumes:
 
Os ouriços com o vento
ando aos boleirões nos soutos
também há homens que ando
a roubar o que é dos outros.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Cortejo Etnográfico 2012

O Cortejo Etnográfico foi uma iniciativa da Câmara Municipal de Braga e da Fundação Bracara Augusta, no âmbito da Capital Europeia da Juventude 2012; foi um evento que visou manifestar aquelas marcas de uma identidade bracarense que têm tido um lugar comum em muitas configurações, especialmente na dimensão folclórica; realizou-se pelas ruas de Braga na tarde do dia 30 de Setembro. Foi uma contribuição para a celebração do dia do turismo.
 
Freguesia de São Victor: as «Sete Fontes» - «Os sinos da Sé» e a tecnologia. A nossa associação aceitou bem o repto da Junta de Freguesia e decidiu integrar a simbologia das Sete Fontes, quer enquanto valor arquitectónico, quer enquanto valor espiritual, com uma pequena  mostra daquela parafernália tecnológica que ao longo dos últimos cem anos contribuiu para a divulgação, a recolha e o estudo da cultura portuguesa nas suas várias dimensões. A água e as tecnologias foram aqui tomadas como meios da expressão cultural: tal como não vivemos sem água, também já não nos representamos sem as velhas e novas tecnologias: primeiro a imprensa e a edição, depois a fotografia, o cinema, a rádio, o telefone, o disco, a gravação de som e de imagem, a televisão, o video, o temóvel, finalmente a internet.
 


«Alargai-vos, raparigas», foi o mote para esta dança. Nos cestos e nos baldes se colheram os livros e os instrumentos tecnológicos que hoje já são novos territórios da etnografia: as fotografias, os filmes, os programas televisivos de folclore, os jornais e as revistas, as pautas musicais, as gravações.