O registo vídeo dá conta dos cantares polifónicos. Gostei de ouvir estas vozes assim abertas na minha ausência. Creio que as senti no Índico, no estreito de Malaca.
É assim mesmo, toca a pôr o povo a dançar, toca a partilhar os sons e os movimentos, os corpos precisam destas aprendizagens; é bonito ver como se entregam à dança aqueles que nunca a experimentaram nestes moldes: regra de ouro: fazer o que o corpo pede, saber como é que o corpo reage, para depois poder seguir os percursos da aprendizagem. Ficamos familiares quando acertamos com os passos uns dos outros.
Foi pena que os outros fossem poucos? Foi. Mas a pena, sabemo-lo agora, também ficou do outro lado, quem organizou ficou a lamentar a frequência dos seus pares. Folclore é folclore e muito folclore cansa, pois é, é como toda a literatura e toda a cultura, mas dosear para uns não é dosear para todos e nem todos sabem o valor da dose que querem tomar. A disponibilidade de quem se mostra fica como referência para o futuro? Pode ser que sim. Mas também é preciso tirar a lição das situações de fome no futuro: dar pouco também faz bem.