quarta-feira, 18 de junho de 2014

Concerto em honra de São João Baptista

Braga, Igreja de São João do Souto, terça-feira, 21:30 de 17 de Junho de 2014.

Canta o povo que é bairrista!!

sábado, 14 de junho de 2014

METADE DE NÓS - de uma exposição com São João por companhia

I - da idealização 

Partimos donde estamos, somos donde nos educamos, chegaremos onde pudermos. O nosso chão é que nos condiciona pela vida fora uma ideia do mundo, mas o deslumbramento deste move-nos os limites. Do acaso e da necessidade depressa chegamos às brasas do conhecimento e com estas a que forjamos os cadeados que nos sustentam. Posta a filosofia, vamos à rua. 

Na cidade sai o carro dos pastores
com vaidade no auto de S. João;
O Rei David, com seus nobres tocadores
a mourisca dança e cumpre a tradição.

Para este S. João 2014, concebemos a organização de uma exposição etnográfica que mostrasse os coletes e as camisas bordados que as mulheres e os homens do nosso grupo usam nos seus trajes folclóricos. Produzidos a partir de modelos da tradição, aventurámo-nos a exibi-los com ganhos de apropriação estética, ganhos esses que decorrem do nosso encantamento e da nossa vontade de fazer e saber fazer. Trata-se de fazer ressaltar o cuidado em seguir modelos e o cuidado em valorizar os modelos, decorrendo esta valorização, em primeiro lugar, da técnica usada e do seu rigor de aplicação.


II - da materialização


A administração do Café A Brasileira aceitou com total abertura o desafio de instalarmos no 3º piso, uma área que nas obras de reconstrução ficou destinada a este género de eventos, uma exposição dedicada aos trajes folclóricos, com a integração dos cantares e das manifestações artísticas que a associação «Os Sinos da Sé» pode e sabe naturalmente assumir. Assim, juntando a experiência adquirida com a exposição «Os Fios e Nós da Moda Velha» que realizáramos em 2011 na Casa dos Crivos, decidimos prosseguir o caminho com igual propósito de fazer os outros reparar em nós e no nosso trabalho. Andámos pelas lojas da cidade a pedir adereços, inspirámo-nos noutras iniciativas semelhantes, metemos as mãos na massa e a coisa avançou. As habilitações artísticas dos nossos elementos reencontraram tema e motivação. 


Concebemos uma entrada especial para o corredor de acesso aos pisos superiores e ali colocámos um arco de romaria devidamente decorado com peças de croché, mas quis o destino dos gostos e das sensibilidades que o arco mudasse de lugar e subimo-lo para o 3º piso. Poderíamos ter concebido um arco doirado, a imitar a ourivesaria minhota e então, quem sabe, ainda ali pudesse estar um sinal motivador da nossa exposição. Fica aqui o testemunho.


III - a caminho

Lá em cima é que os coletes fazem a cabeça dos encamisados e propositadamente se investiu numa ousadia de cor e de posição. Assim se fica com a valorização deste conceito de metade, tão rico antropológica como discursivamente: desde o meio mundo que vive de outro, até ao meio mundo que já sabe o que vai ser de todos, passando por essa necessidade imperiosa de tirar as médias de tudo quanto se produz e conhece, o conceito de metade apela ao encontro do outro e de nós próprios.


Os agradecimentos são devidos à Câmara Municipal de Braga, à Associação das Festas de S. João, à Junta de Freguesia de S. Vítor, à unidade de Agro-Turismo Quinta das Pedras de Baixo, à Colorarte, à gerência do Café A Brasileira, à direcção do Agrupamento de Escolas Dr. Francisco Sanches, aos elementos da Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé» que se empenharam na construção dos chapéus, dos moldes e dos modelos, aos elementos e ex-elementos e amigos que emprestaram as camisas, aos bordadores e às bordadeiras, a todos os que nos apoiaram. 

IV - de Braga corre todo o mundo

Cantemos o S. João
De Braga com amor profundo
Que o S. João bem cantado
De Braga corre todo o mundo


Contámos com a  colaboração do grupo Tambombo e da Sond'Art de Dume, previmos a função de uma aparelhagem adequada e tentámos coordenar as batidas, os ritmos, as vozes e a coreografia com a subida do balão e o estralejar do fogo. Se alguma coisa não funcionou, ficámos tristes, mas cumprimos com o nosso melhor.


A concepção do espectáculo requeria um cumprimento integral dos seus requisitos básicos, mas assim não aconteceu, todavia, disse quem assistiu, a «coisa» funcionou e a mensagem passou, mas que ficámos insatisfeitos, ficámos. Neste tipo de expressões - as da cultura popular, ou folclórica, ou tradicional, - os pormenores fazem a diferença. Fica sempre a ideia de próxima vez...


V - até mais logo


Foi este o mote para motivarmos as pessoas a repararem no lugar: a sobreposição de chapéus aos chapéus de chapa que A Brasileira tem no exterior foi uma ideia bem acolhida, em princípio, mas tem de fazer um caminho mais longo para se avaliar da sua função apelativa... Falta no interior um cartaz a dizer que no 3º piso há uma exposição para ver...


No exterior haverá oportunidades para mostrar o nosso desempenho, as pessoas gostam, o lugar é propício e nós temos alguns recursos....







segunda-feira, 2 de junho de 2014

São João depressa [2014]

(oiça a música e no final continue a cantar mas com este verso...ora vá lá)

Ai São João adormeceu, ai
ai dobaixo da laranjeira, ai
ai caiu-la felor por cima, ai
ai São João que tão bem cheira, ai

Trata-se de uma figuração de S. João «adormecido à sombra da laranjeira», tem o cordeiro ao lado, numa posição singular de carinho como se fora animal doméstico; o cordeiro representa o «agnus dei» ou seja o cordeiro de Deus.