EXPOSIÇÃO DE TRAJES, BORDADOS E OBJECTOS DA TRADIÇÃO FOLCLÓRICA
Casa dos Crivos
Rua de São Marcos
de 24 de Julho a 23 de Agosto
Braga
Organizámos esta exposição para partilhar o encantamento que
os trajes folclóricos e seus acessórios, mais os objectos musicais e os
artefactos populares, determinaram nos momentos de animação cultural que realizámos
em muitos lugares e por muitas causas.
A arte efémera tem na tradição popular lugares de culto: os
tapetes processionais, os arcos de romaria, as pinturas murais… Esta exposição
é marcada por duas criações em rede e acrílico que reproduzem os bordados em
ponto de cruz usados nas camisas de homem e na técnica dos puxados em tecelagem.
A simbologia destes artefactos vai no sentido de um dever de gratidão ao destinador
dos bens e das capacidades (o orago da terra, a instituição, a comunidade, o
bem, o belo).
A exposição funciona tomando a «porta» como guia-intérprete
dos conteúdos: as portas fecham e abrem a guarda dos objectos. Seja para o
interior, seja para o exterior, a porta é o limiar do encontro com o outro em
que o próprio se transfigura quando se traja para uma ocasião ou para uma
causa. Os armários subsistem como guardiões de nossa dedicação cultural, são as
arcas da aliança que vamos estabelecendo na família e na comunidade.
O folclore desta exposição interpreta o folclore que
identifica a região, a cidade, até mesma a apropriação de lugares que cada um
faz ao longo da sua vida: uma peça daqui, outra vinda dali, uma inspirada
noutra, uma oferecida, outra doada, uma inventada, outra recriada a partir de
outra que já fora cópia de outra que fora original… é nesta linha do tempo que
se inscrevem as peças.
Mas há uma dimensão comum a todas as peças e a todos os
objectos aqui mostrados e assim expostos: a dimensão do amor, a manifestação do
empenho pessoal do gosto para que a peça traduzisse o apreço, o afecto, a
dedicação.
Os acervos principais desta exposição provêm, um da herança
deixada por Cecília de Melo à Associação Cultural e Festiva «Os Sinos da Sé»,
de que ela foi elemento fundador, primeiro com a identidade de grupo folclórico
de professores, e outro do guarda-roupa que Albertina Fernandes, elemento da
mesma associação, foi confeccionando ao longo destes últimos quarenta anos,
para oferta a amigos e para uso pessoal.