Na Escola Sá de Miranda, no passado domingo dia 16 de Setembro, num intercâmbio com alunos da Lituânia cuja tutora foi a Professora Helena Borralheiro...
O que é que consideramos tipicamente nosso? Que gesto ou forma de dançar ou forma de vestir ou estilo de cantar e de tocar podemos identificar como nosso?
Que técnicas ou artes de comunicação funcionam melhor nestes encontros com jovens e adultos de outros países?
O encontro fez-se com momentos de ver e momentos de praticar, uma vez eles a nossa dança, outra vez nós a dança deles, assim o corpo sujeitou-se duas vezes a sentir diferenças e identidades.
*******************************
Entretanto chegou o Outono, daí este ouriço arreganhado e vazio, o que nos remete para as castanhas que já começaram a cair e para a discussão do orçamento de estado para 2013...
Do tempo em que se andava descalço na minha aldeia, recordo os calcanhares nus que abriam estes ouriços da primeira queda, alguns semi-abertos, mas outros totalmente fechados.
Se o ouriço é uma boa imagem do trabalho cultural, por certo também ajudará a servir de leitura ao actual momento da nossa política.
A utilizarmos este ouriço como figura ou tropo metafórico de nosso orçamento, o mais importante não será a tarefa espinhosa de pegar nele, mas a prova que as castanhas favorecerem.
Para uma perspectiva humorística, aqui ficam duas quadras, a primeira, em estilo anfiguri (anti-figurativo, anacrónico, disparatado):
No alto daquela serra
tem meu pai um castanheiro
que dá castanhas em Maio
cravos roxos em janeiro
A segunda, com a mordacidade da crítica de costumes:
Os ouriços com o vento
ando aos boleirões nos soutos
também há homens que ando
a roubar o que é dos outros.