A mobilização de grupos folclóricos para este tipo de iniciativas tem toda a justificação, quer na história cultural das comunidades paroquiais, quer nos princípios que enformam a constituição de grupos folclóricos, muitos deles fundados a partir de grupos de romeiros ou de iniciativas que visaram e visam a reconstituição ou continuidade de tradições de rezar, cantar e dançar em santuários, capelinhas ou locais de devoção. A antropologia das danças religiosas no espaço da lusofonia também se mobiliza como bom argumento para a iniciativa.
A Confraria do Sameiro, sob a presidência do senhor cónego José Paulo Abreu, proporcionou aos grupos e à liderança do evento todas as condições estratégicas para o desenvolvimento do projecto, o que se regista com agrado e se louva como caminho de futuro. A fita simbólica entregue aos grupos foi elaboradamente concebida e entregue com o ritual próprio. Houve palavras de circunstância, afecto, consideração e gratidão pelo trabalho de todos os participantes e colaboradores.
Estiveram presentes 75 elementos de seis grupos, cinco de folclore (Palmeira, Sinos da Sé, Marrancos, Cabreiros e Rusga de S. Vicente) e um de música popular (Roriz), dançaram 14 pares em simultâneo e a tocata foi composta por 5 concertinas, clarinete em dó, viola braguesa, 3 violões, 7 cavaquinhos, ferrinhos, reque-reque, bombo, pandeireta e castanholas; o coro foi composto por 25 vozes (4 masculinas e 21 femininas). Foram apresentados cinco bailes (uma chula, um malhão, dois viras e uma «criação inspirada nos malhões da tradição duriense»), cujas coreografias foram fundadas nas marcas tradicionais. Aqui se deixa um pequeno exemplo da poesia cantada:
1. Rusga de entrada – «A Senhora do Sameiro»
A Senhora do Sameiro
Tem um cheiro que rescende;
É o manto da Senhora
Que pelo mundo se estende.
2. Vira do Solar da Imaculada
Descei do vosso altar,
Ó Senhora do Sameiro,
Descei do vosso altar;
Descei do vosso altar
E olhai o povo romeiro
Que Vos vem aqui dançar.
3. Malhão do Sameiro
P’rà Senhora do Sameiro,
Todos nós vamos bailar,
Neste mui lindo terreiro,
Sob o seu materno olhar.
4. Vira dos romeiros
A Senhora do Sameiro
É de todas a mais bela;
Nos altares do mundo inteiro
Não há outra como Ela!
Neste recanto do Minho,
Onde o povo canta e ora,
Recebe paz e carinho
Quem visitar a Senhora.
5. Senhora do Sameiro
(Letra e música de José Machado)
Senhora do Sameiro,
Senhora do Sameiro,
Senhora do Sameiro,
Ouvi a nossa voz!Senhora do Sameiro,Senhora do Sameiro,
Senhora do Sameiro,
Rogai por nós.No fim, dançou-se o «vira geral».
Que espectáculo!
ResponderEliminarMais uma bela iniciativa dos "Sinos da Sé"!
Espero puder comparecer na próxima vez que repetirem o evento! Tive pena de este ano não puder ter estado no Sameiro a bailar convosco a Nossa Senhora!
Um abraço,
André!
TIVE A SORTE DE ESTAR NO LUGAR CERTO ESSE DIA 22 POIS FIQUEI ATE COMOVIDO PELA FORMA COMO SE DANÇA TOCA E CANTA NO NOSSO LINDO PORTUGAL PRINCIPALMENTE NO MINHO.DEIXO AQUI OS PARABENS A ORGANIZAÇAO E A TODOS OS QUE ESTIVERAM A DANÇAR TOCAR E CANTAR.
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