Esta tipificação de trajar, projecta o imaginário de usos e costumes para situações de mistura, reflectindo mudanças e acomodações de gosto e de mercado, evocando debates sobre a influência dos ambientes urbanos nas vivências da ruralidade.
O uso ou recurso a chapéus de feltro, fazendo jus à cidade de Braga como centro de chapelaria, num passado afastado, mas sempre lembrado, permite que em Braga se fale da variação de dois modos de trajar, o de Vale d’Este e o de Sequeira, duas freguesias da periferia urbana. As diferenças assentam em curiosos pormenores de apropriação, significativos quando ajustados a questões de identidade: as formas do chapéu e a guarnição decorativa dos mesmos, num a copa rasa, noutro a copa redonda, num plumas e pompons, fitas de veludo pendentes para a nuca, noutro com um pequeno espelho na frente; os coletes diferem em cor e os aventais, tecidos no tear, variam em cores e feitios, no primeiro dominam as riscas verticais, no segundo os puxados.
A diversidade de uso e as regras de combinação nem sempre respeitam um padrão, dando a tipificação lugar a variação de acordo com os recursos patrimoniais.
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