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#05
Esta forma de trajar toma-se como paradigma de uma situação de
bem-estar patrimonial, podendo espelhar na confecção os critérios mais
exigentes de qualidade de tecidos, de formas e feitios de corte, de acessórios
de composição (botões, fivelas, rendas, fitas, vidrilhos, galões).
Nomeado como «traje de encosta», em zonas de montanha,
por contraste com formas de trajar dos vales ou de zonas de ribeira, ou
beira-rio, este modo de trajar, predominante na cor preta, associa-se ao uso de
quatro peças identitárias: na cabeça, o uso de lenços de seda ou lenços-tapete,
muito disputados e demonstradores da variedade de gostos e de recursos; no
tronco a jaqueta muito guarnecida com fitas e com bordado; na cintura a saia
pregueada no cós, rodada e forrada na base com tecido de veludo e bordada com
vidrilhos; o avental em tecido, , quase a cobrir a frente da saia, pregueado e
muito bordado com vidrilhos. Os adereços ou acessórios mais frequentes são a
quantidade de ouro exibida ao peito, a algibeira especialmente cuidada e
decorada, a meia branca rendada e as chinelas de verniz.
Este tipo de trajar tornou-se uso de longa tradição no
ritual de casamento, ganhando o nome de «traje de noiva» quando confeccionado
especificamente para esse acto, com os adereços e símbolos respectivos: algibeira,
cordões e peças de ouro no peito, lenço branco na cabeça, ramo de flores de
laranjeira na mão, capa longa de agasalho pelos ombros, sombrinha.
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